"Fazer voluntariado vale a pena não só para eles, como para

nós, e também para os outros, mas acabamos por ganhar muito com isso."
















segunda-feira, 6 de junho de 2011

Relatório do encontro "Todos por um Sorriso"

Um dos pontos altos deste período foi a aprticipação na actividade "Todos por um Sorriso". Adorámos a experiência: Aqui vai o nosso relatório!

No passado dia 30 de Abril de 2011, o grupo IV da turma 12ºH participou no encontro “Todos por um Sorriso”, em Barcelos, uma feira organizada pela CRES, que contou com a presença das associações “Cor é Vida” e “ACREDITAR”, entre outras, e tinha o intuito de angariar fundos para as respectivas associações, todas elas dirigidas para doentes oncológicos.
Para se deslocar a Barcelos, o grupo teve de se levantar muito cedo (seis horas da manhã) para apanhar o primeiro comboio em Lordelo e até chegarmos ao destino tivemos de andar em três comboios diferentes, esperar em quatro diferentes estações e deixar bastante dinheiro na bilheteira de cada uma delas. 
Ao entrarmos no último comboio em direcção a Barcelos (na estação de Nine) encontramo-nos com alguns elementos da associação “Cor é Vida” de modo que tivemos companhia até ao local onde decorria a feira.
Depois de uma voluntária da “Cor é Vida” nos ter levado até ao recinto, ajudamos a montar as tendas e as bancas da associação. Foi um trabalho complicado na medida em que estava a chover, o que dificultava as tarefas – mas com a ajuda de todos tudo se fez.
Depois desta primeira tarefa, foram-nos dadas t-shirts com o logótipo da associação “Cor é Vida” (de modo a nos identificarmos), bem como umas pulseirinhas muito coloridas.
Posto isto, passamos à divisão de tarefas entre todos, quanto ao nosso grupo: a Cécile e a Jéssica ficaram responsáveis por uma das bancas e por parte das vendas cujos lucros reverteriam para a associação; a Bárbara (que se vestiu de “bonequinha de trapos” - o símbolo da associação) e a Susana ficaram responsáveis pela animação (por exemplo, interagir com crianças e pais, de forma a chamar as pessoas à “nossa” tenda).
Foi assim que nos ocupamos a manhã toda, entretanto iam decorrendo algumas actividades de animação como danças e teatros de fantoches.
Mais tarde, fomos almoçar à vez (o almoço foi-nos oferecido por um restaurante próximo – Faty-Ferros). À tarde, também o Sol decidiu sorrir-nos e a feira ficou mais animada, principalmente quando a cantora Flora (vencedora do programa de televisão Operação Triunfo) actuou, foi um concerto muito animado e divertimo-nos muito.
No entanto, tivemos que nos despedir dos nossos novos amigos e deixar a feira mais cedo do que previsto de modo a evitar passar muito tempo sozinhas, de noite, nas estações.
No regresso a casa, estávamos muito animadas, pois foi um dia muito divertido, uma nova aventura, mas acima de tudo sentíamo-nos felizes por termos ajudado e por a nossa ajuda ter sido efectivamente útil, pois a associação conseguiu angariar satisfatórios lucros, além disso, ao longo de todo o dia, tivemos a oportunidade de conhecer melhor a associação, conhecer pessoas diferentes, histórias de vida, uma nova cidade, bem como aprender coisas tão interessantes como pintar t-shirts, fazer arte com balões, pintura facial, fazer animação sócio-cultural, etc. Ao reflectirmos sobre o nosso dia, sentimos que todos os gastos valeram muito a pena.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Entrevista à presidente de uma associação

Deixamo-vos a entrevista que realizamos à Presidente da associação COR É VIDA, Íris, a quem mandamos um beijinho e um enorme obrigada por toda a disponibilidade e simpatia! ;)


ENTREVISTA À PRESIDENTE DE UMA ASSOCIAÇÃO

Entrevistadora: Primeiro e último nome.
Presidente: Manuela Pinheiro, mas por aqui conhecem-me como Íris.

E.: Idade.
P.: 55 anos. Mãe de quatro filhos, avó de três netos.

E.: É presidente de uma associação de voluntariado. Já fazia voluntariado antes de fundar a associação “Cor é Vida”?
P.: Sim, sim. Eu desde que me conheço, desde a minha formação académica que estive sempre integrada em projectos de índole voluntária, sendo que… não me lembro, não me lembro… Acho que associei sempre a minha actividade profissional à actividade de voluntariado.

E.: Com que idade começou a fazer voluntariado e a interessar-se por movimentos de solidariedade?
P.: Sim… Pronto, eu tive o privilégio de integrar uma equipa multidisciplinar, a convite de uma professora minha da faculdade, onde exercia funções de carácter social, no estrangeiro. Depois, posteriormente, integrei numa ONGD, não governamental, e estive 18 anos em diferentes países a trabalhar com uma equipa multidisciplinar. Fazíamos a caracterização de realidades desfavorecidas ou de exclusão social e desenvolvíamos projectos direccionados para a transformação dessas mesmas realidades.

E.: Pode-se dizer, portanto, que começou a interessar-se por voluntariado durante a sua vida académica?
P.: Sim, à volta dos 17 anos.

E.: Com que instituições ou movimentos colaborou?
P.: Olha, existe uma que é a The Family Care Fundation, que é uma organização não governamental, onde tem pólos em diferentes partes do mundo, sobretudo países considerados países de Terceiro Mundo. E trabalhei com… Paralelamente com essa organização, trabalhei com várias organizações direccionadas precisamente para acções humanitárias e associações sem fins lucrativos.

E.: Essas acções que desenvolviam eram desenvolvidas nos países onde estava ou em países, como disse, de Terceiro Mundo?
P.: Eram nos países onde estava. Estive em Espanha, França, Bélgica, a trabalhar com realidades de imigrantes, pessoas que…a maior parte das pessoas que vinham do Bloco Leste, na altura. E depois no Brasil, em que trabalhei em diferentes cidades.

E.: Falou da professora que, na universidade, a incentivou a fazer voluntariado, foi ela a sua maior motivadora?
P.: Não, não. Ela não me incentivou, ela não me incentivou. Eu… A minha… O meu voluntariado vem da minha família, quem me incentivou foi…a minha maior impulsionadora foi a minha mãe. Esta professora foi uma professora que apostou em mim e me convidou para integrar uma equipa multidisciplinar na área de serviço social.
E.: Então qual considera ser a sua maior motivação?
P.: A minha maior motivação? Foi a minha mãe, sem dúvida. Foi uma pessoa que e deu o exemplo, era uma pessoa que…já não está cá fisicamente, mas que tinha o dom do amor e foi, sem dúvida, ela que através do exemplo dela, que me incentivou a estar atenta às necessidades das pessoas em situações vulneráveis.
E.: Então está-lhe nos genes? Ao entrevistamos a voluntária Nathalie, desta associação, ela disse-nos que considera que fazer voluntariado nasce com a própria pessoa, partilha dessa opinião?
P.: Eu acho que pode nascer, mas também pode ser estimulado, acho que o voluntariado também pode ser cativado, pode ser uma forma de estímulo. Por isso eu penso que é tão importante o ano como este ano, o Ano Internacional do Voluntariado, serve para isso mesmo, o objectivo é sensibilizar as pessoas para a importância de serem mais atentas ás necessidades dos outros e também a ter uma atitude mais responsável perante a…
E.: Com que idade fundou esta associação?
P.: A Cor é Vida, ela iniciou… O conceito do projecto iniciei no Brasil, isto em 2000. Entretanto, aqui, em Portugal, que era, no fundo, o meu objectivo principal, era criar um projecto e ajudar a um voluntariado mais compromissório e disponível e responsável. Começou em 2003, precisamente. Perguntou-me que idade é que eu tinha na altura, que idade é que eu tinha em 2003? 48 anos.
E.: Porquê uma associação direccionada para crianças com problemas de saúde?
P.: Pronto, porquê? Porque eu sou uma mãe de quatro filhos e acho que a dor maior que alguém…que alguma mãe ou algum pai pode ter é precisamente essa. É ver-se impotente de poder dar a vida a um filho quando essa vida lhe é tirada. Não é? Portanto, não me vejo, não me vejo… E considero os pais os maiores heróis e heroínas de toda a histórias, são precisamente pais que se deparam com um filho com uma doença terminal e que não têm…e que se sentem impotentes de poder…poder dar-lhes a vida, reverter a situação, é isso mesmo.
E.: Foi fácil criar uma associação de voluntariado?
P.: Fácil nunca é, nunca é fácil quando se envolve um trabalho de parceria, um trabalho de grupo, não é? Agora, fácil não é, é gratificante, muito, e é um trabalho de persistência, um trabalho constante de estarmos a crescer como pessoas e a crescer a nível de interacção, a nível de tudo.
E.: Foi um trabalho unicamente seu ou de um grupo?
P.: Foi um trabalho de equipa, sem dúvida, e eu…nós não conseguimos chegar aos resultados que chegamos até hoje se não tivesse a equipa que tenho, que não somos muitos, mas somos pessoas persistentes e pessoas de uma entrega total. Portanto, não sei se vocês sabem, a Cor é Vida funciona como uma equipa que só funciona nas horas pós-laborais, portanto, requer da equipa uma entrega muito grande.
E.: E foi fácil reunir um grupo de voluntários?
P.: É assim, tem sempre muito trabalho, muito trabalho. Quando trabalhamos com pessoas, não é? É muito gratificante, mas ao mesmo tempo requer também um trabalho muito cuidado a todos os níveis, não é? Portanto, não é fácil… Há uma coisa, nós temos…estamos muito conscientes daquilo…da missão da Cor é Vida, muito conscientes, e sabemos também que é preciso um perfil específico para manter esta alma viva da Cor é Vida. E como é necessário um perfil específico, é evidente que as pessoas que são… Muitas vezes, pessoas que aderem à Cor é Vida é por convite pessoal nosso, e as que vêm voluntariamente …há um trabalho cuidado com essas pessoas, que nós…é muito importante manter essa alma, essa característica que é específica da Cor é Vida, para que as coisas resultem e possam fluir da maneira que se quer e que se pretende. O grupo tem vindo a aumentar significativamente. Portanto, estas visitas ao hospital começaram comigo e com uma psicóloga, durante bastante tempo, depois começamos a recrutar outras pessoas e neste momento temos uma média de 60 sócios e uma média de 30 voluntários, que fazem um trabalho rotativo, mas não posso precisar o número certo. Este ano, o nosso objectivo é uma formação mais específica para os voluntários que já exercem.
E.: Em que tipo de actividades têm estado envolvidos?
P.: A nossa principal actividade começou precisamente com um projecto, que é a Cor é Vida, uma associação, que era fazer…tentar minimizar o sofrimento de pacientes e seus agregados, que, em contexto hospitalar e domiciliar, que se encontravam doenças graves, ou doenças crónicas, ou doenças que os impossibilitava de ter uma vida normal. Portanto, neste momento, a nossa actividade é uma actividade que excede essas visitas. Nós não só fazemos visitas ao hospital e domiciliar, mas também fazemos apresentações em diferentes estabelecimentos de ensino e para quê? Para formar pessoas, a tal motivação e sensibilização para o voluntariado.
E.: Têm obtido um bom feedback por parte da comunidade?
P.: O feedback é sempre bom, as receitas é que não são compatíveis com as necessidades. Agora, acho que este ano, em termos de visibilidade do projecto, acho que foi um ano bastante positivo, acho que começamos a ser notados. Por um lado, é um estímulo, por outro lado, não somos uma ilha e precisamos uns dos outros, é um modo de procurar recursos humanos e materiais e financeiros.
E.: O que sente ao fazer voluntariado e ao observar o resultado das suas acções junto dos necessitados?
P.: Olha, é assim, deixa-me explicar, é muito gratificante. Eu sou, portanto, mãe de quatro filhos, sendo que todos estão envolvidos em voluntariado, penso que é uma forma muito interessante de combater situações de risco e combater algumas problemáticas sentidas hoje em dia nos seios familiares, é precisamente haver…é aproveitar tanto quanto possível os temos livres em prol dos outros e isto eu penso que é, no fundo, o nosso recado. Para vocês, a camada mais jovem, é a melhor maneira de enriquecermos pessoalmente, quer a nível pessoal, quer a nível familiar…até ganhar competências a todos os níveis e combater muitas das problemáticas da juventude. Eu penso que há uma grande falta de amor no mundo e nesse sentido, penso que é um dever que nós temos, é não nos fecharmos no nosso casulo, mas tentarmos tanto quanto possível sermos um exemplo e não um sermão. Na minha vida pessoal só me tem enriquecido e tenho encontrado o equilíbrio que eu muitas vezes necessito, tem-me ajudado a manter a qualidade de vida, quer a nível emocional, quer até a sentir-me feliz, que é a nossa missão aqui na Terra, para isso é preciso a partilha, não consegues ser feliz sem te dares a ti mesmo.
E.: Que experiência mais a marcou?
P.: Olha, o que mais me marcou…eu acho que não tenho assim uma única experiência que mais me marco. Eu acho que várias experiências me têm marcado e o que mais me marca é quando nós vamos, por exemplo, visitar uma criança e ela está fechada em si mesma, com a sua dor, com os seus medos, com as suas angústias e nós conseguimos, através da nossa intervenção de equipa…essa criança está triste e quando nos despedimos, despede-se de nós com um sorriso, com um adeus feliz e contente. Isso é das experiências, para mim, mais gratificantes. Seria injusta ao dizer que esta ou aquela foi a que mais me marcou, são tantas aquelas que mais me marcaram ao longo desta intervenção com a Cor é Vida, portanto, não tenho nenhuma específica.
E.: Que importância tem o voluntariado na sua vida?
P.: Toda. Aliás, eu não me vejo sem… É uma das minhas prioridades e eu não me vejo sem fazer voluntariado.
E.: Sabemos que apesar de ter um curso na área de serviço social, tem-se dedicado ao longo da sua vida à arte, sendo artista plástica. Como consegue conciliar o voluntariado com a sua vida profissional e também familiar?
P.: Olha, eu acho que é a capacidade que a mulher tem de nós estarmos…acho que somos muito polivalentes e acho que temos essa capacidade de gerir o tempo e de fazermos muitas coisas ao mesmo tempo e então acho que…pronto, para mim é uma coisa natural, fazer várias coisas ao mesmo tempo. Mas é assim, eu também se não o faço já me sinto, assim, estranha e dizer “não estou a fazer nada!”, é uma coisa muito rara na minha vida, mas acho que também é importante. Agora, não quero fugir à tua pergunta, não acho que é uma capacidade só minha, é da mulher de hoje em dia.
E.: O esforço vale a pena?
P.: Claro. “Quando a alma não é pequena”… É isso, vale a pena. É a minha maneira de estar na vida e eu sinto-me bem com ela e, sobretudo, sinto-me...é gratificante o feedback tão positivo, tão querido que as pessoas que estão comigo… Portanto, eu sinto que estou a ir no caminho certo quando eu vejo o feedback dos meus colaboradores…tão gratificante. E isso dá-me a garantia de que estou no caminho certo.
E.: Enquanto presidente de uma associação de voluntariado, pretende deixar-nos alguma mensagem de incentivo a este tipo de iniciativas?
P.: Então, o meu apelo a cada um de vocês é… Acredito que o voluntariado é uma das ferramentas mais baratas que existe para podermos transformar realidades vulneráveis. E porquê das mais baratas? Porque, muitas vezes, basta-nos doar um pouco de nós próprios para transformarmos uma realidade menos simpática. O meu recado é este, aderirem ao voluntariado. Não importa o quanto tempo vocês aderem, mas a qualidade que vocês investem nesse, muitas vezes, pouco tempo, mas que seja uma entrega genuína, de coração. E o resto vem por acréscimo, em termos de ideias e de tudo o que possa advir desse trabalho, vem por acréscimo.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Entrevista a um membro da comunidade

Olá!
Aqui têm uma entrevista que realizamos a um membro da comunidade, pois consideramos que seria muito interessante para o nossso trabalho ter o testemunho de uma pessoa que não estivesse directamente ligada a uma associação, mas que ajudasse "por conta própria", isto é, que gostasse de contribuir para as iniciativas levadas a cabo pelas associações.
:)


Primeiro e último nome: Rosa de Jesus Martins
Idade: 77 anos     

Entrevistadora: O que acha das associações de voluntariado e dos voluntários?
Sra. Rosa: Penso que todas as pessoas deviam de ajudar, é um bem que se as pessoas repartirem do pouco que tem, já estão a ajudar. Porque Deus acrescenta sempre aquilo que fica, porque a mim aconteceu assim. As pessoas devem ajudar porque não faz falta. Quantas vezes dou 10 aqui, 10 acolá. Ainda no sábado ajudei uma pessoa e ficou muito admirada com a minha ajuda. Era uma senhora com dificuldades e com 3 filhos. Ajudar consola-me. E quando eu dou qualquer coisa fico toda consolada, agora custa-me, mas antigamente eu ia levar à casa das pessoas. Já cheguei a levar sacos de roupa à 2 anos atrás a uma casa em S. Mamede. A pessoa que ajudei disse-me que pensava que já não havia gente assim.
E.: Como toma conhecimento das iniciativas/campanhas realizadas pelas associações?
Sra. Rosa: Há muita pobreza encoberta, eu sei disso. Temos de ajudar as pessoas que sabemos que precisam. Porque não é por eu ter muito, porque sempre tive pouco, cheguei a pedir para dar aos outros. Cheguei a emprestar dinheiro e a tirar a roupa do meu corpo para dar aos outros. A gente vê uma pessoa numa beira e alguns passam e andam, mas não é assim, temos de ajudar. Temos de perguntar a pessoa o que ela tem e o que mais precisa. Tenho pena de não poder participar nas campanhas internacionais. Rezo para que haja paz no mundo. Tenho muita pena de saber de pessoas que estão assim e saber que eu não posso ajudar por causa da minha idade.
E.: Quando lhe é pedida ajuda por parte das associações e dos voluntários, costuma ajudá-los?
Sra. Rosa: Ando numa Comunidade há 20 anos e essa Comunidade também ajuda. Manda coisas para fora, como o Brasil. As pessoas que puderem ajudar ajudem. Acho que é uma obrigação de se ajudar.
E.: Em que situações já prestou o seu auxílio?
Sra. Rosa: A minha vida também teve altos e baixos. Eu poupo para dar. A gente por fazer bem nunca perde…nunca perde. As pessoas que eu ajudo, passam por mim e conhecem-me. Eu era considerada como uma “mãe” no meu local de trabalho. Pessoas consideram que a minha maneira de ser vale mais do que saber ler ou escrever. É importante saber lidar com as pessoas. Não posso ver uma pessoa a discutir. Nós temos de procurar a levar a paz.
E.: O que sente quando ajuda os outros?
Sra. Rosa: O que sinto dentro de mim é que Deus nunca me vai deixar faltar nada. A fazer o bem sinto-me feliz. Se eu fosse nova, gostava de participar numa associação. Há muitas coisas e muitas situações que ninguém sabe, mas as pessoas passam mal. Pessoas escondem as situações por vergonha. Que Deus nos permita ter tudo o que eu tenho.
E.: Gostaria de alguma vez ser voluntária de alguma associação ou causa?
Sra. Rosa: Sim. É uma coisa que sempre quis fazer. A idade agora já não me ajuda, e como sei que tenho pessoas perto de mim com necessidades, prefiro ajudá-las.
E.: Como pessoa disposta a contribuir para causas de solidariedade, pretende deixar-nos alguma mensagem em relação ao voluntariado?
Sra. Rosa: Vou ver se alguém ajuda, está tudo sem trabalho. Aqui as pessoas dão se alguém pedir. Que bom é dar. Ajudar é prestar a Deus. Eu peço que todas as pessoas ajudem e que tenham vontade de ajudar como eu tenho. E dar, porque quem der recebe três vezes mais. Porque Deus é o que ele mais pede, seja ajudar no que mais podemos. Mesmo de as pessoas serem amigas das outras e ajudarem porque nunca se arrependem. Eu nunca me arrependi de ajudar e hoje sou feliz porque tenho para comer e ainda para ajudar.

Testemunhos sobre o voluntariado

Algumas das pessoas que entrevistamos deram testemunhos importantes e emocionantes. Aqui ficam algumas das citações mais marcantes:

“Se não fizermos voluntariado não damos valor à vida.”
Nathalie Costa (voluntária)
“O voluntariado mudou-me como mulher e como mãe. Quando chego a casa tenho mais vontade de estar com eles, vontade de desfrutar da vida, porque realmente nós não damos valor à vida e quando vemos coisas assim ajuda-nos, dá-nos uma auto-estima muito grande e faz-me pensar que os meus problemas não são nada, há problemas muito maiores, não nos podemos queixar da vida.”
Nathalie Costa (voluntária)
“Eu penso que há uma grande falta de amor no mundo e nesse sentido, penso que é um dever que nós temos: é não nos fecharmos no nosso casulo, mas tentarmos, tanto quanto possível, sermos um exemplo e não um sermão.”
Íris (Presidente da associação “COR É VIDA”)

“Se o voluntariado vale a pena? “Quando a alma não é pequena”… Vale a pena. É a minha maneira de estar na vida e eu sinto-me bem com ela e, sobretudo, é gratificante. Eu sinto que estou a ir no caminho certo.”                          
Íris (Presidente da associação “COR É VIDA”)
                                                                             

“Acredito que o voluntariado é uma das ferramentas mais baratas que existe para podermos transformar realidades vulneráveis. Porque, muitas vezes, basta-nos doar um pouco de nós próprios para transformarmos uma realidade menos simpática.”
Íris (Presidente da associação “COR É VIDA”)

“Eu nunca me arrependi de ajudar e hoje sou feliz porque tenho para comer e ainda para ajudar.”
Sra. Rosa Martins (membro da comunidade)


Esperamos que estes testemunhos te sensibilizem. Afinal, com todas estas boas impressões, quem é que não quer experimentar o voluntariado?  ;) Faz alguém feliz...

Exposição: Cor é vida - impacto das associações de voluntariado

Olá!
Durante esta semana estamos a realizar uma exposição no átrio da biblioteca da ESDAH!
Aqui têm umas fotos da nossa exposição. Espero que gostem:)















quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A nossa primeira visita ao Hospital de S.João no Porto

No dia 30 de Janeiro de 2010, o nosso grupo deslocou-se à unidade hospital do Porto, o Hospital de São João.
Por volta das dez e meia da manhã, e tal como combinado, a presidente da associação, D.Manuela Pinheiro, e as voluntárias Susana e Madalena encontraram-se connosco. 
Deslocamo-nos até a entrada das urgências para realizarmos a entrevista à presidente. Como também estavam presentes duas voluntarias, aproveitanmos a oportunidade para recolher mais depoimentos.
A entrevista correu bem, pois tínhamos feito uma preparação prévia com a recolha de informação sobre a associação e sobre a entrevistada. Conseguimos descobrir muito acerca das pessoas que prestam  ajuda às outras e também informação científica e contactos para um futuro próximo.
Após a realização da entrevista, a presidente, Íris como habitualmente é conhecida no Hospital, convidou-nos a conhecer e a observar o seu trabalho enquanto voluntárias.
Um pouco reciosas no início porque julgavamos não estar preparadas para tal, decidimos aproveitar a ocasião para fazermos o nosso trabalho de campo. Apesar do nervosismo, avançamos e preparamo-nos para visitar as crianças que estavam no hospital.
A primeira ala que visitamos foi a das crianças com diagnósticos mais graves, mas não nos lembramos daquilo que eles passam, apenas da felicidade deles quando lá chegamos. Em seguida, fomos visitar as crianças da ala de pediatria que não estavam tão debilitadas como as primeiras. Brincamos com eles e tentamos estabelecer um contacto mais directo, abordando-os de forma ligeira.
Enquanto que as voluntárias faziam balões e conversavam com as crianças, nós observavamos o trabalho delas e distribuímos sorrisos e balões.
A visita foi muito enriquecedora, quer para o nosso trabalho, quer como experiência pessoal que nunca mais vamos esquecer.
O tempo que passamos com as crianças serviu para esquecermos os nossos problemas e o mundo exterior: podemos dizer que o tempo parou enquanto víamos o sorriso de felicidade e gratidão das crianças e dos pais.
Quando saímos do hospital sentimos que tudo valeu e pena e sentimo-nos úteis e realizadas pessoalmente. Temos ainda mais vontade de desenvolver estas acções no futuro e também nos dá mais alento para divulgarmos a mensagem do voluntariado.
Tal como a Íris afirmou na sua entrevista,  antes de nos deitarmos pensamos “Já fiz além feliz hoje?” e a resposta não podia ter sido mais afirmativa.

Esperamos que isto te faça pensar e que te motive a ajudar os outros ;)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Entrevista a uma enfermeira

Olá! ;) Aqui têm uma entrevista que realizamos a uma enfermeira da Unidade de Hematologia e Oncologia Pediátrica do Hospital de S. João do Porto, com intuito de percebermos, de um ponto de vista médico, o impacto do voluntariado nos pacientes.


Primeiro e último nome: Elisabete Neto.
Idade: 28 anos

Entrevistadora: Já trabalha na Unidade de Hematologia e Oncologia Pediátrica do Hospital de S. João do Porto há muito tempo?
Enfermeira: Há cerca de dois anos.

Ent.: Veio trabalhar para esta unidade porque quis, ou não tinha outra opção?
Enf.: Queria outro serviço que tinha em mente, mas foi colocada cá.

Ent.: Agora está satisfeito com o seu trabalho?
Enf.: Sim, sim.

Ent.: Em que consiste o seu trabalho? Considera um trabalho difícil?
Enf.: É difícil a nível psicológico, mas o restante não!

Ent.: Que relação estabelece com os pacientes?
Enf.: Somos como “tias” das crianças. Pertencemos todos a uma família.

Ent.: Qual a história de vida que mais a tocou?
Enf.: Acabam por tocar mais as que morrem. Mantemos sempre uma relação com os pais, independentemente do resultado.

Ent.: No final do seu dia de trabalho, consegue abstrair-se das emoções vividas no final do dia?
Enf.: Consigo, às vezes.

Ent.: As experiências que tem vivido mudaram-na enquanto pessoa?
Enf.: Sim, sim.

Ent.: Como é o dia-a-dia de um paciente na Unidade de Hematologia e Oncologia Pediátrica? Recebem muitas visitas de familiares e amigos?
Enf.: Os pacientes só recebem duas pessoas do início até ao fim do internamento. Mas, como por exemplo, temos uma menina aqui com quatro irmãos e aí, abrimos uma excepção. 

Ent.: Como caracteriza o ambiente vivido na unidade?
Enf.: Tentamos criar um ambiente bom e alegre, mas é difícil.

Ent.: Também recebem frequentemente visitas de voluntários?
Enf.: Sim, da associação Cor é Vida.

Ent.: Qual o impacto do voluntariado nos pacientes?
Enf.: Muda totalmente o ambiente. Há uma enorme ansiedade. Ajuda a passar o tempo e mesmo para os pais.

Ent.: Pretende deixar-nos alguma mensagem em relação ao voluntariado?
Enf.: O voluntariado é muito importante e quem está com estas crianças é que sabe. Existem miúdos que exigem muito, e o voluntariado dá para perceber isso.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Ano Europeu do Voluntariado 2011

No dia 27 de Novembro de 2009, o Conselho de Ministros da U.E., declarou oficialmente 2011, Ano Europeu das Actividades Voluntárias que Promovam uma Cidadania Activa.

O Ano Europeu tem por objectivo geral incentivar e apoiar os esforços desenvolvidos pela Comunidade, pelos Estados-Membros e pelas autoridades locais e regionais tendo em vista criar condições na sociedade civil propícias ao voluntariado na U.E. e aumentar a visibilidade das actividades de voluntariado na U.E.

Este objectivo geral será operacionalizado através de 4 grandes objectivos específicos:

1. Criar um ambiente propicio ao voluntariado na U.E;
2. Dar meios às organizações que promovem o voluntariado para melhorar a qualidade das suas actividades;
3. Reconhecer o trabalho voluntário;
4. Sensibilizar as pessoas para o valor e a importância do Voluntariado.

Cada Estado Membro designou o Organismo responsável pela organização da sua participação no Ano Europeu, sendo o CNPV o designado para Portugal.

Cor é Vida - Reportagem TVI

Olá! :)
Por hoje ficas com uma reportagem da TVI sobre a associação Cor é Vida, para que a conheças melhor. ;D



Abraços :)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O que é o voluntariado?

Sempre que falamos de voluntariado, temos a ideia de que é ajudar os outros, mas não é apenas isso: aqui vai uma definição mais completa do que é o voluntariado:
 "O voluntariado é a acção decorrente de uma decisão autónoma (não pode ser compulsória) da pessoa no sentido de contribuir, actuando como fonte de iniciativa, liberdade e compromisso, para enfrentar problemas reais, na sua comunidade ou no âmbito social mais amplo. Ser voluntário é envolver-se numa acção solidária, disponibilizando, para consecução dos objetivos em pauta, parte do seu tempo, dos seus conhecimentos, da sua energia ou, mesmo, dos seus recursos”.  
(Da Fundação Educar Dpaschoal)

O que é um voluntário?

Como sabes, este blog pretende sensibilizar-te para o voluntariado. Contudo, achamos importante que tomes conhecimento de uma das muitas definições de voluntário, esta dada pelo Centro de Voluntariado de São Paulo:


“O voluntário é a pessoa que doa o seu trabalho, as suas potencialidades e talentos numa função que o desafia e gratifica em prol de uma realização pessoal”.
Se queres comprovar o valor de verdade desta definição já sabes: FAZ VOLUNTARIADO ;)